As escolhas ministeriais feitas pelo Passos Coelho surpreendeu-me pela positiva.
Por várias razões. Primeiro porque, as 4 das 5 pastas difíceis foram ocupadas por independentes, fora dos aparelhos partidários, com provas dadas de credibilidade e com profissões autónomas.
Segundo porque o Ministério da Justiça, ainda que entregue a pessoa do aparelho laranja, a Paula Teixeira da Cruz já provou que as suas ideias convergem na integridade e seriedade.
A educação é central ao nosso futuro como sociedade. Pessoalmente, a escolha do Nuno Crato não podia ser mais acertada. Desde há muito tempo que o ouço atentamente. É uma das poucas pessoas que vale a pena ouvir falar de educação. Espero que o rigor, programas educacionais sérios e de convergência e avaliações credíveis, passem a fazer parte do dia-a-dia dos nossos alunos, professores e pais.
Na saúde o Paulo Macedo. Ainda que com origem na banca, é um gestor muito competente e pessoa com uma personalidade forte e conciliadora. Penso que será um dos poucos com capacidade para enfrentar os lobbys cooperativos fortes das áreas envolventes. Indiscutivelmente, um dos poucos líderes carismáticos que temos.
Vitor Gaspar e Álvaro Santos Pereira (de quem já sigo o seu blog há algum tempo) são pessoas que partilham a mesma visão e coincidem num rigor económico-financeiro que nos vai permitir não só credibilizar as contas internamente mas também fora. Espero uma melhor distribuição da riqueza.
Ideologicamente, parece-me haver uma convergência ao liberalismo humanista, e isso pode ser benéfico na medida em que se espera que a estratégia passe mais por conciliações do que pelo confronto e privatizações desenfreadas.
Ainda que, necessariamente, venham ai medidas duras e aumento de desemprego acredito que, ao contrário do que se passa desde os inícios dos anos 80, temos lideranças carismáticas para dar exemplos e com sentido de estado.
O modelo económico-social europeu pode ser discutível e até duvidoso, mas, inevitavelmente, estamos dependentes desta Europa que se quer federalista mas que, cada vez mais, se encontra dividida. Isto apela à nossa introversão e conciliação nacionalista.
Ainda que fazendo parte da maioria eleitoral das últimas eleições (abstencionistas), reconheço que Passos Coelho teve coragem e, aparentemente, visão.
Agora há que dar o benefício da dúvida.
Comentários