Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de 2021

Caldas da Rainha e a semana da mobilidade

Nunca será tarde, agora mais do que oportuno, mas não só, porque decorre a Semana Europeia da Mobilidade que se repete desde 2002. Sim, já há 20 anos que andamos a gastar dinheiro dos contribuintes na realização de acções de consciencialização que levem a alterações de comportamentos por forma a utilizar menos aquele que é um dos primeiros responsáveis pela poluição e obesidade. O automóvel. Mas mais do que isso, esperar-se dos políticos estratégias urbanas assentes num planeamento sustentado que permita a devolução aos cidadãos dos espaços públicos. Claro que esta semana quer-se marginal a  alterações e desenvolvimentos urbanos focado nas pessoas, esses sim politicamente úteis. Na sua mobilidade, no seu bem-estar, no regresso ao uso e fruição de zonas verdes e pedonais pensados na felicidade daqueles que utilizam as pernas ou outro meio de deslocação verde. Ontem à noite, como tantas outras vezes, dei uma volta a pé pela cidade. Daquelas voltas largas sem me cingir apenas à Rua da

Luta contra a pobreza

Podemos definir a pobreza como a privação das condições básicas de uma vida condigna. Segundo o estudo divulgado a semana passada pela FFMS, em Portugal o valor da pobreza, desde 2003 até 2018, tem andado sempre próximo de 1/5 do total da população portuguesa. Cerca de 32,9% dos pobres, acima dos 18 anos, são empregados. Isto sugere duas coisas: que existe um grupo alargado de pobres que trabalha e não vive exclusivamente de transferências sociais (como muitas vezes se pensa) e que a precaridade do mercado de trabalho em Portugal é significativa. O mesmo estudo certifica que as famílias vulneráveis, onde a pobreza é mais elevada e persistente, são aquelas onde existem crianças. Na maioria das famílias pobres onde nasceram crianças já os seus avós eram pobres. Sabemos também que em Portugal existe uma “reprodução intergeracional da pobreza” que persiste até à 5ª geração. As crianças que nascem numa família em situação de pobreza ficam, só por isso, condicionadas nas oportunidades futura

Dia Mundial do Livro

Quase metade da minha vida é marcada pela ausência do gosto pela leitura. O primeiro livro que li do principio ao fim devia ter uns 17 anos, foi “Viagem ao Mundo da Droga” emprestado por um amigo que se drogava. Fiquei fascinado por Katmandu mas em negação às “viagens” de que ele tanto falava para me convencer. Comecei a ler por obrigação a partir dos meus 25 anos. O curso de Direito é aquele em que a leitura é mais exigente, constante, obrigatória. Durante 5 anos li, li mesmo, todos os códigos (anotados). E também manuais, ensaios, jurisprudência, acórdãos, sentenças, enfim, coisas que, ainda hoje, não sei como o consegui. “O mais do que isto, É Jesus Cristo, Que não sabia nada de finanças, Nem consta que tivesse biblioteca…”, está no prólogo do manual de Finanças Públicas e Direito Financeiro onde por baixo da data 12-03-2001, à mão escrita por mim, está a minha assinatura. Por que carga d’água colocam Fernando Pessoa numa coisa tão chata? Tamanho calvário foi castigo divino com toda

A lista

"Há dois tipos de pessoas no mundo, as que dividem o mundo em dois tipos de pessoas e as que não fazem isso", embora não se tenha a certeza do autor, a frase é atribuída ao humorista Robert Benchley. Na vida vamos colhendo e descartando contactos que sinalizamos de diversas formas. Porque a memória é curta, disso fazemos registos em escritos ou retratos mnemónicos que vamos acumulando e estratificando.  A lista telefónica é um acordeão que vou actualizando quando faço amizades, desfaço caminhos, subo, desço, tento soluções para problemas ou mudo de ano. Que já só toco em oitavas abaixo, levado pelo percurso de envelhecer. Aprendi a relativizar, a estreitar o necessário. É processo de uma vida.  Os contactos tenho-os agrupados e etiquetados. A atribuição é baseado nos outros: "conhecidos", "confiáveis", "tansos". Mas é um erro porque isso marca indefectivelmente a minha relação com os listados.  A maioria apresenta uma tendência para a dicotomia &