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A mostrar mensagens com a etiqueta Responsabilidade Social

A Ètica como prioridade

Ontem vi o filme “Margin Call – O dia antes do fim” que retrata o escândalo financeiro que levou à recessão. Embora as personagens e cenário sejam fictícias, é deveras indiciador que a história nos remete para a Lehman Brothers e nos informa, não só da previsibilidade dos acontecimentos, como do seu planeamento. Não sei se que tipo de colagem existe da ficção à realidade mas não deve estar muito longe do seu propósito. E a sensação de desconfiança que fica é amarga tal é a frieza, o calculismo e a ganância que recheiam o argumento. E como em todas as ficções, há sempre uma personagem decente, no caso Kevin Spacey, que em nome da ética não subiu na hierarquia, levando até ao fim uma incorruptível lealdade para com a empresa e a sua missão. Ninguém duvida que a presente recessão trouxe diversas pressões dos consumidores sobre as empresas e que se torna fundamental estas restaurarem os níveis de confiança sob pena de ficarem a falar sozinhas. À semelhança das agênc...

Criação de Valor partilhado

A adaptabilidade é de facto uma coisa extraordinária. Ainda há pouco tempo se falava na responsabilidade social das empresas e já os seus criadores, Michael Porter e Mark Kramer, chamam a atenção para um novo paradigma que, segundo eles próprios, poderá desenvolver condições para que o capitalismo se reencontre com a sociedade. O novo conceito chama-se “criação de valor partilhado” e une os problemas sociais às estratégias de desenvolvimento das empresas. A criação de valor é partilhada quando as empresas ao gerarem valor resolvem problemas sociais, mas cujo envolvimento está muito para além do mecenato ou da mera reputação social da empresa, imbricando no próprio negocio. Será uma nova forma de resolução dos grandes problemas sociais e ambientais ou uma forma de fazer novamente o dinheiro voltar a circular? “Dá-se muita atenção ao custo de realizar algo, e nenhuma ao custo de não realizá-lo” - Kotler

A arrogância que nos implica

Num artigo recente, publicado na revista Nature, Dominic Johnson e James Fowler mostram que o excesso de confiança está disperso largamente pela humanidade. Isto é, as pessoas geralmente fazem uma leitura errada da realidade e têm uma opinião de si próprias e das suas opiniões acima do que deveria ser normal. Este excesso de confiança pode evoluir tanto nos cenários de sucessos como nos cenários em que o fracasso é evidente, levando as pessoas inevitavelmente ao abismo. Segundo os investigadores, esta característica terá sido a culpada, no passado, pela 1ª Guerra Mundial, pela Guerra do Vietname, pela Guerra no Iraque e também pela crise financeira de 2008. Segundo Francisco Santos, já se conseguiu mostrar que a contenção dos danos está directamente relacionada com a percepção do risco que as pessoas têm e que esse efeito pode ser influenciado, negativamente, pelo excesso de confiança. E faz todo o sentido. O traço que predomina na arrogância é a não conformidade que qua...

Responsabilidade Social: Qual o papel das empresas?

“A crise é uma coisa terrível para ser desperdiçada” – a frase é de Paul Romer. Os indicadores actuais globais são claros quando à pertinência da afirmação. Que ninguém tenha duvidas que o futuro não será um prolongamento do passado. A grave crise do dollar e os ataques especulativos ao euro irão criar clivagens globais que acentuarão as desigualdades e o aumento da pobreza. A luta política pela paridade das moedas e pela competitividade das exportações para mercados externos irá levar à redução do comércio internacional e a prováveis aumentos das matérias-primas. É neste contexto instável que se torna cada vez mais relevante a questão da ética e da responsabilidade social, tanto ao nível do indivíduo como das empresas, as quais estão cada vez mais convencidas que é capital para a sua sobrevivência a integração de uma filantropia organizacional e estratégica, implicando a adopção de comportamentos comprometidos e transparentes. Estes comportamentos traduzem-se na sua dimensão...