Ontem vi o filme “Margin Call
– O dia antes do fim” que retrata o escândalo financeiro que levou à recessão.
Embora as personagens e cenário
sejam fictícias, é deveras indiciador que a história nos remete para a Lehman
Brothers e nos informa, não só da previsibilidade dos acontecimentos, como do
seu planeamento.
Não sei se que tipo de colagem existe
da ficção à realidade mas não deve estar muito longe do seu propósito.
E a sensação
de desconfiança que fica é amarga tal é a frieza, o calculismo e a ganância que
recheiam o argumento. E como em todas as ficções, há sempre uma personagem
decente, no caso Kevin Spacey, que em nome da ética não subiu na hierarquia, levando até ao fim uma incorruptível lealdade para com a empresa e a sua
missão.
Ninguém duvida que a presente
recessão trouxe diversas pressões dos consumidores sobre as empresas e que se
torna fundamental estas restaurarem os níveis de confiança sob pena de ficarem
a falar sozinhas.
À semelhança das agências de risco
financeiro, a Ethical Consumer foi criada de forma a criar um rating ético e
cuja boa prática deveria ser difundido. A Ethical Consumer (Organização
do Terceiro Sector – OTS), sediada em Inglaterra, é especializada na
investigação independente dos registos sociais e ambientais das empresas e dos
seus produtos, e utiliza uma metodologia transversal – a Ethiscope – com base em 5 áreas: Ambiente; Pessoas; Animais; Politicas e Sustentabilidade
do produto.
Quase trinta mil empresas já
fazem parte da base de dados da Ethical e são cada vez mais utilizadas como benchmarking da concorrência e factor
competitivo.
Resta saber quantas empresas
portuguesas se submeterão futuramente a este escrutínio e colocarão a ética nas suas
prioridades.
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beijinhos~
M.José