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A mostrar mensagens de maio, 2022

Cada um tem o que merece

  - "Então, o que tens feito agora?” A sociedade tem evoluído para o “fazer” e não para o “sentir”. Como explicar que o tempo está a seguir o seu tempo? Que a linha é que se tornou mais frouxa. Que julgar os outros já não interessa. Que a comparação já não se conjuga. Que a felicidade regressou em modo “Geração X”. Que os King Crimson voltaram a tocar no final das aulas. Que continuo a errar estupidamente, a aprender e a recolher-me comigo. Para quê explicar o que sinto a quem apenas quer saber o que faço? A quem não aceita desacertar no “fazer” muito menos no "sentir". Estamos a evoluir para o “parecer”. Então, aparentemente sorrio e respondo, “cada um tem o que merece”

As máscaras que deixámos de usar

Hoje passei por um homem que trazia na mão direita uma pequena vara onde 4 ou 5 máscaras anti-covid se penduravam. Andava desenvolto, de olhos postos no chão num movimento de quase cento e oitenta graus à sua frente. Olhou para mim e disse “boa tarde”. Pareceu-me muito bem disposto. A minha retribuição foi acompanhada com o peso dum juízo extemporâneo. Quando olhei para as máscaras tive tanta certeza que quem as perdeu deitou-as deliberadamente para o chão que cheguei a repreender os anónimos. Mas o sorriso daquele homem fez-me lembrar dum outro dia que procurei uma que tinha no bolso do casaco e já lá não estava. Já no regresso a casa a memória recordou-me daquela vez que ia a correr em grupo e dei um pontapé a uma lata de coca-cola que se encontrava no chão, o Vasco que vinha ao meu lado parou, voltou atrás, apanhou-a e levou-a na mão até ao primeiro caixote do lixo que encontrou. Não foi preciso dizer nada para me dar uma lição de cidadania. Ainda bem que existem pessoas que sem diz