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A mostrar mensagens com a etiqueta Actualidade

A estruturalidade do nosso desemprego (*) e as medidas não curativas

A crise iniciada em 2008 trouxe para o espaço de discussão pública diversos conceitos a que não estávamos habituados.  De forma geral, o problema financeiro tem sido central no combate e adopção de medidas que visam fundamentalmente a diminuição do défice público e do endividamento externo e cujos efeitos se adivinham bastante negativos para o crescimento da nossa economia. Este tipo de curativo esbarra num dos problemas mais sérios da nossa economia: o desemprego que desde há dez anos tem vindo a aumentar, de forma gradual até 2008, mas agravando-se nos últimos 3 anos.  Entre o 3º/T de 2008 e o período homólogo de 2010, o número de desempregados (Fonte do INE a partir de uma amostra representativa) aumentou 40,5%, sendo esta a consequência mais relevante da crise financeira, factor determinante na capacidade de gerar riqueza e multiplicador no risco de pobreza de uma sociedade. Esta dimensão é reveladora de alguns dos principais problemas que se colocam à noss...

O bem-estar dos cidadãos

“ A crise da zona euro torna necessária uma maior integração política da UE. Mas a via seguida pelos dirigentes europeus deixa de lado aquilo que deveria ser a sua prioridade: o bem-estar dos cidadãos, definido num quadro democrático ” - Jürgen Habermas.  Os líderes políticos têm esquecido as falhas que estão na base da união monetária e, nos seus esforços para reforçar o pacto europeu, apenas se têm preocupado em celebrar acordos não vinculativos improdutivos e sem qualquer efeito prático. Numa postura pouco democrática, estimulada por uma falta de solidariedade alemã, falta à EU uma compreensão para as diferenças nacionais. Desde o inicio da crise que a EU está dividida nas suas preocupações. Por um lado, os imperativos da banca e das agências de rating e por outro a consciência da falta de legitimidade democrática junto das populações cada vez mais incontroláveis. Não se percebe como vai ser possível conciliar as medidas restritivas adoptadas com a manutenção de u...

O que não nos mata torna-nos mais fortes

Hoje, num daqueles azulejos tradicionais, li a seguinte frase: “Quem vive com a sua sorte, será feliz até à morte”. Hoje, tanto como antes de 74 por cá, a mensagem da classe política continua a apontar o caminho da resignação com a “sorte” que, não nos tendo calhado por sorte, nos foi viciada e corruptamente sorteada. A frase tem uma documentada contemporaneidade. Recordo-me uma outra que em determinada altura da minha vida: “ a única forma de lutar contra eles é sermos profissionalmente irrepreensíveis”. Também ela sem tempo. Hoje estamos condicionados pelo medo de falhar, estigmatizados sob o problema do desemprego e de medidas que sacrificam a nossa identidade. Nesta Europa, que caminha a passos largos para o fim do euro tal como o conhecemos hoje, continua-se a separar os bons dos maus alunos num julgamento politicamente representativo de quem já só pensa em circuito fechado sob a apologia do sucesso. A OIT lançou o desafio: nos próximos dois anos só vão se...

O medo

Vale a pena ouvir esta reflexão do Mia Couto . A sensação que o medo tomou conta do mundo é igual à da quem não quer que o medo acabe. A ideologia confunde-se com crença. Lembrei-me do livro "Viver no fim dos tempos" de S. Zizek.

O que nasceu primeiro: a economia ou o desemprego?

Diariamente temos sido bombardeados com assuntos sobre a crise económica. As dívidas soberanas, tendo como pano de fundo a situação grega, têm servido para o agravar da luta entre Estados (tenho dificuldade em chamar Nações), inclusive no centro da própria Europa. Pasme-se a reacção hostil da China à proposta que existe no Senado norte-americano para protecção do comércio interno. O envolvimento de grandes bancos europeus em empréstimos obrigacionistas e a intervenção do BCE na regulação das dividas e controle da especulação mais não têm do que servido para prolongar as indecisões politicas. Na sua continuidade a Europa (suponho que unida dado que foi Merkel que falou) já trabalha num plano de recapitalização da banca. Numa Europa que se diz historicamente central e onde se produziram grandes decisões no âmbito do humanismo político, tem-se assistido, nas últimas duas décadas, à importação da ideologia norte americana onde, à sua imagem, o sonho deu vantagem a uma minoria e se...

Facebook vs. Google+

O Facebook está prestes a atingir mil milhões de utilizadores, crendo-se que cerca de 800 milhões são utilizadores activos. Recentemente o patrão da “rede social” introduziu alterações significativas, associando uma serie de novas aplicações que permitem alargar a partilha de informação. As novas aplicações permitem que os utilizadores dêem a conhecer muito mais as suas vidas. Uma das aplicações, a linha cronológica, permite aos utilizadores actualizem o perfil mantendo uma quantidade muito maior em formato histórico, possibilitando a adição de fotos ou vídeos. A ideia é permitir que as pessoas criam uma espécie de diário das suas vidas. Outras alterações, que estão a criar muita polémica, é o facto de ser efectuado o registo de tudo o que os utilizadores estão a fazer ainda que não estejam ligados à rede, “controlo” que é feito através de cookies do browser e a aplicação registar e arquivar (segundo informação, por 90 dias) todos os toques de like que os utilizadores fazem no...

Um verdadeiro "genocídio financeiro"

http://www.presseurop.eu/pt/content/article/978511-um-verdadeiro-genocidio-financeiro

Justa causa e despedimento

O Governo veio hoje com duas propostas de alteração ao conceito de justa causa no despedimento. A falta de produtividade e o não cumprimento de objectivos. Como seria de esperar a esquerda parlamentar (incluo o PS ou não?) indignou-se e irá fazer uma “firme oposição” e um “fortíssimo combate”. Prevê-se por parte dos sindicatos uma luta acérrima a este atentado. Bagão Félix diz que pode haver abusos por parte da entidade patronal. António Saraiva (CIP) diz que se alegra por se introduzir a produtividade (cá está ela!) no despedimento. Por mim acho uma boa ideia. É uma forma de acabar com aqueles colaboradores com emprego que, para além de não produzirem, prejudicam a empresa. Creio até que se deveria ir mais além. A questão não é a introdução das duas propostas na legislação laboral mas o conteúdo em que tal inserção deve ser revestida. Se o trabalhador deve ser produtivo e cumprir os objectivos, a entidade patronal deverá ser obrigada a promover e facilitar acesso ...