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Retornar à gestão "eupsiquiana" de Maslow



Hoje fui confrontado com a responsabilidade de coordenação de 3 diferentes equipas de trabalho. 

Embora tivessem funções específicas, todas tinham que operar simultaneamente no mesmo espaço.

Inicialmente, cada uma se mantinha focalizada nas suas tarefas de grupo, o que estava dificultar a realização do objectivo final.

Reparei que havia pessoas com calor e sede  e enquanto fui comprar algumas garrafas de água, revi alguns princípios da gestão “eupsiquiana” de Maslow: 

  • As pessoas são de confiança e que apreciam o trabalho em equipa, a amizade, a harmonia no seio dos grupos e o sentido de pertença;
  • A hostilidade é sobretudo reactiva, mais do que baseada no carácter das pessoas;
  • As pessoas preferem sentir-se importantes, necessárias, úteis, bem-sucedidas; orgulhosas e respeitáveis – mais do que insignificantes, anónimas, desperdiçadas, dispensáveis e desrespeitadas;
  • As pessoas preferem, ou talvez necessitem, gostar do seu chefe (mais do que odiá-lo) e respeitá-lo (mais do que desrespeitá-lo);
  • Os seres humanos, não apenas os eupsiquianos, preferem o trabalho com significado em detrimento do trabalho sem significado;
  • Preferência pela humanidade e pela singularidade das pessoas;
  • As pessoas gostam de ser tratadas com justiça, preferencialmente em público;
  • As pessoas não são apenas motivadas pelo trabalho e o materialismo – mas também guiadas pela pertença social, pelas emoções, pela espiritualidade e pela pertença ao mundo mais vasto onde se situam;
  • Zelar por valores como a verdade, a beleza, a justiça e a perfeição
É muito confortante verificar como a sua aplicação aumenta a motivação e atribui, mesmo ao trabalho rotineiro e desqualificado, significado fazendo com que as pessoas se apliquem e tenham brio no que fazem.

Não tenho dúvidas que um enorme potencial é desperdiçado diariamente nas empresas devido ao afastamento das novas técnicas de gestão destes princípios humanistas.

Valeu a pena a experiência e a aprendizagem.

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