Hoje, alguém me disse: “parece
que isto está, lentamente, a desmoronar-se!”
De facto, tudo parece inclinar-se
na vertigem de um caminho que teima em se agravar mas onde ainda vamos mantendo
um equilíbrio precário.
A sensação é que as lideranças se
anulam, as estratégias se desusam e as acções se esvaziam num tempo perdido e
de difícil recuperação.
E o trilho contínua inclinado na
direcção do abismo apesar das mensagens traiçoeiramente optimistas, vazias e falazes.
Para quem contacta diariamente com
pessoas e empresas, a sensação é que ainda ninguém interiorizou as forçadas
mudanças que decorrem e que se agravarão no futuro já ali.
Se bem repararmos, até na Europa,
não tem existido hiper-vigilância quanto aos efeitos negativos da economia nos
Estados, organizações, empresas e pessoas faltando planos estratégicos com
acções de antecipação bem definidas e claras. Quase que se poderá fazer um
paralelismo entre a inércia adaptativa do eixo franco-alemão: vamos ver se isto
se resolve com o tempo e se escapamos.
O facto, é que nem com o tempo
nem com as medidas até agora tomadas se resolverá alguma coisa.
E a grande dificuldade disso
reside no facto de que quem toma decisões confiar apenas nas suas próprias
opiniões perdendo a capacidade de criar e recusando-se a reconhecer que se
tornaram conformistas.
Hoje, quem toma as decisões pouca
experiência empírica ou envolvimento directo com as circunstâncias tem, o que
lhes retira a credibilidade e factor diferenciador. E este tem sido o caminho
das novas lideranças, uma nova era de tecnocratas, seguidores verticais de ideologias
autocráticas, cada vez mais afastada das realidades comuns, sejam eles institucionais,
societárias ou profissionais.
Aparentemente precursores de uma
disciplina fanática, apresentam muito pouca solidez de valores porque apenas
interessa o imediato. Razões porque mentem descaradamente a quem lhes dá a
justificação de existirem.
Assim vão a Europa, as empresas e
as pessoas.
A desmoronarem-se lentamente.
Mas este não tem sido o caminho desde
há 20 anos para cá?
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