Em matéria de medidas de austeridade, penso que
não sairei da normalidade da maioria das pessoas, quando sinto que é difícil dizer quais são as melhores.
Talvez por esse facto, muitas das vezes fico
baralhado com as notícias e evolução dos indicadores nacionais.
Se num dia o saldo da segurança social está
positivo, no outro fica negativo. Se na semana passada existia superavit na
balança, nesta o deficit predomina. Etc. etc. os milhões mudam de um lado para
o outro com demasiada facilidade para a minha consciência cívica.
De uma forma muito "naif" o que
sinto é que vivemos durante muito tempo (desde os anos 80) afastando os
problemas para o lado e que, inevitavelmente, teremos que ajustar a nossa forma
de vida.
Como, sinceramente, não sei.
Mas sei que desconfio sempre quando alguém me diz
que a solução apresentada é a única possível.
Isto a propósito das novas medidas
apontadas pelo FMI e que têm suscitado as mais diversas e controversas reacções
que, desde o início da crise, se têm vindo a alargar no espectro social.
Sempre pensei que, num estado de privação nacional,
cuidaríamos de nós mesmo, pelo que nunca percebi bem porque necessitámos de
terceiros para nos arrumar a casa quando os seus interesses são contrários dos
nossos.
Numa leitura mais atenta, fora dos opinion makers e telejornais, ficamos
com uma visão muito mais esclarecedora da realidade.
Veja-se apenas estes exemplos: indicadores incorrectos e falseados; Como Passos Coelho concluiu que o estado social beneficia os mais ricos; estamos a lidar com profissionais
Gradualmente a convicção de que estamos a ser
levados para determinado objectivo que não nos convém fica fortalecida.
Tudo faz parte de uma conspiração política.
Duvidam?
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