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A realidade não é o que parece


As ideias que temos hoje das nossas lideranças é que são pessoas que gerem bem toda a informação, que se movem bem socialmente, boas redes informais, que orientam as suas acções pelas leituras de superabundância de informação e de estudo de casos que se adaptam aos seus objectivos pessoais. Aparentam ter ideias inatas mas que são tiradas de livros de gestão com títulos inteligentes.

Desenvolvem grandes competências narcisistas e têm a mão de deus por baixo. Cheiram a poder autoritário e, só em casos identificados, são legitimados e reconhecidos por quem deles dependem.

Sofrem de uma doença que se tornou estandarte nacional: reunite. Onde se auto promovem como a luz ao fundo do túnel, em monólogos improdutivos na explanação de ideias aparentemente inatas. Os benefícios raramente vão além dos que são publicitados e raramente promovem a sustentabilidade no longo prazo.

O que eles ignoram é que existe uma prática muito simples de liderança. Sair do escritório para observar.
As lideranças que compreendem que o exercício da observação e experiência empírica são únicas para a formação de ideias e aquisição de competências integrantes em uma cultura empresarial saudável de resolução de problemas e motivação de equipas, são as mais bem sucedidas para ciclos de crise de capital social.

O compromisso de estar no local é o primeiro passo no longo caminho do valor da observação directa. Uma delas, e que vai de confronto à máxima “tragam-me a solução”, é que ela ajuda a identificar os problemas levando a soluções criativas e participadas. Muitas das vezes as soluções não são óbvias ou o problema falsamente identificado por quem não conhece a realidade.

Outras das vantagens é o facto de se perceber como é que os colaboradores percepcionam e representam o seu dia-a-dia, aprendendo e oferecendo feed-back, estabelecendo uma relação de proximidade e verificando a diversidade.

A integração num estilo de gestão pessoal da observação em primeira mão influenciará positivamente a cultura da empresa, diminuirá o círculo das simpatias fazendo com que todos perdurem ligados à realidade e possibilitará uma mentalidade de cooperação e confiança na resolução de problemas fazendo com que os resultados sejam sustentados.

O problema é que grande parte está orientada para a realidade virtual do ecrã do computador e gráficos elaborados.

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