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“Pobreza e exclusão social em Portugal: uma visão da Cáritas”

A pobreza tem sido dos fenómenos sociais mais estudados. Particularmente desde 1999 quando Amartya Sen publicou uma nova perspectiva sobre “desenvolvimento” (1) contrapondo as teorias tradicionais. Entendimento que veio a ser reforçado pelos estudos desenvolvidos por Deepa Narayan sobre a pobreza (2). A partir destes dois investigadores o fenómeno da pobreza deixou de ser entendido apenas como um conceito económico para passar a incorporar fatores sociais, políticos e de liberdade individual. Fundamental nesta defesa, importa reter a implicação que a condição de pobreza tem na limitação dos exercícios das diferentes liberdades e na tomada de decisão. Implicação que a neurociência ajudou a compreender. Esta semana saiu um novo estudo sobre a pobreza: “Pobreza e exclusão social em Portugal: uma visão da Cáritas” (4) . Nada de novo. Olhou para os indicadores e confirmou que o combate à pobreza em Portugal não registou progressos significativos na redução dos pobres. Dados da Pordata (2022

Vão-se embora daqui

No Dinheiro Vivo, a Inês Pereira assina um artigo de opinião (24/02) com o título “Fujam daqui” . Ao ler apenas o título assumi que o mesmo se dirigia aos filhos. O que se confirmou com a leitura inteira. Por mim “Vão-se embora daqui” ficaria melhor. É que “fujam” dá uma ideia de aflição, de desespero. O meu sentimento é mais de descredito. Distribuiria até as encomendas por mais políticos do que aqueles que a Inês menciona. Todos com responsabilidades na “tanga” que este Pais se transformou. Tanga em sentido próprio, metafórico, alargado. No triângulo de promiscuidade entre o económico, o politico e o judicial. Talvez aqui também utilizasse uma palavra diferente da de “tanga”. “Nu” parece-me mais apropriado. Nus e remediados. É o que somos todos. E desenrascados porque só assim é possível viver com estes rendimentos e estas reformas. E anómicos, porque só neste estado um povo assim permite uma justiça arbitrária e uma educação sem futuro. Os estrangeiros residentes que conheço e me co

Uma visão doente sobre a pobreza

A revista do Expresso de 20/01/2023 traz um artigo (pág.26), assinado por Henrique Raposo, com o título “ A cura da pobreza ”. No subtítulo o autor reforça a ideia de “cura” utilizando argumentos como “neurociência da pobreza”; “doenças mentais”; “comportamento à pobre” ou ainda “tratamento”. São, na verdade, argumentos provocatórios para um fenómeno bastante estudado, que se situa na área das ciências sociais e no âmbito dos Direitos Humanos e que, por isso, dizem respeito a toda a sociedade. A pobreza não é um fenómeno individual e conjuntural. É social e estrutural. A sua origem remonta à revolução industrial e está assente nas desigualdades sociais, na ineficiente distribuição do rendimento e numa construção e consolidação ideológica que as sociedades ocidentais criaram, para a explicar, em desfavor dos mais desfavorecidos. Apesar de a partir dos anos 80 começar a haver um forte movimento de deslocamento da pobreza material para a pobreza multidimensional, com base em estudos emp

Colchões Emma - muito cuidado ao encomendar!!

Comprei (tentei) comprar uma base de cama Emma. O processo desenrolou-se entre o dia 15/08/2022, data em que comprei, e 17/11/2022, data em que recebi a devolução do dinheiro. Foram 3 meses surreais. Improvável existir hoje em dia uma empresa, séria, que comercializa online com o despudor e displicência da Emma.  Contactei duas vezes a linha telefónica de apoio, onde não havia registo do processo de encomenda. Mas a empresa nunca me contactou telefonicamente. Fiz duas reclamações no Livro de Reclamações que a empresa tem no site, uma reclamação directamente no site da ASAE e outra na Direção Geral do Consumidor com pedido para entrada no Tribunal Arbitral. Escrevi também para a sede da empresa na Alemanha. Nada provocou alteração no comportamento repreensível da empresa. Tenho visto muitas reclamações e opiniões em diversos sítios, mas aconselho a utilizar o Livro de Reclamações as vezes que forem precisas. Embora a empresa não ligue nada, ficam nas estatísticas e é comunicado à Direcç

Futebol e desporto não é a mesma coisa

Deveria estar, por ai, nos meus 9 anos de idade quando comecei a jogar ténis de mesa no Sporting Clube de Alenquer, saído do rancho folclórico por não consegui segurar o barrete na cabeça aquando os rodopios dos verde-gaio ou dos viras. Por pequeno na altura, mal conseguia chegar aos pontos fechados da mesa não se constituindo isso na impossibilidade de prosseguir a aprendizagem dos movimentos rápidos de pernas e spins que, mais tarde, haveria de conseguir. A culpa pela persistência foi do Jorge Catarino, figura carismática do ping-pong em Alenquer que me arranjou uma raquete à medida da mão, fazendo-me esquecer o barrete que me caía, e que o Zé Maria nunca conseguiu ajustar na cabeça para os rodopios. Se a mesa do ténis de mesa foi a medida para o meu crescimento físico, o Jorge Catarino, mais do que os meus pais, foi o mentor para o meu desenvolvimento social, e o culpado por, aos 12 anos, já estar na posse da chave de casa para chegar depois da meia-noite. Um dia destes encontrei-

A minha Festa do Avante

A primeira vez que fui à Festa do Avante foi em 1980. Alto da Ajuda. Durante 4 anos seguidos marquei-lhe a presença, sempre, por 5 dias. No parque de campismo. Onde chegava de véspera e só arrancava as estacas no dia seguinte ao último concerto. A partir de 85 nunca mais lá fui. Não sei explicar porquê. Não foi por falta de vontade. Talvez porque a oferta tenha crescido e diversificou-se para Alvalade ou para o Restelo. Para o Coliseu de Lisboa também. Mas foi com a Festa que começaram a vir a Portugal grandes nomes da música nacional e internacional que a ditadura proibia. Foi ela que me possibilitou de ver ao perto o que apenas ouvia de longe. Mas a minha Festa não era só isso. Era também o contacto com outras culturas. Com gentes diferentes. Gentes de dentro e de fora. Uma abertura para o desconhecido. Limitado, sei agora, mas de descoberta, na altura. Uma vez presenciei o discurso de abertura apenas com o interesse de assistir a um dos concertos da minha vida. Chico Buarque. Foi

Ténis Karrimor opinião (review) - (* actualização)

Modelos: Karrimor  Tempo Mens Running Shoes (azuis) Karrimor Caracal Mens Trail Rinning Shoes (vermelhos) Há cerca de um mês comprei estes ténis Karrimor. Não conhecia a marca.  Comprei às cegas apenas pelo toque e vistas . Não aparecem nos sites de lojas online da especialidade, onde normalmente compro. Gostei muito dos últimos ténis que usei, da marca Saucony, tanto de estrada como de trail. Na altura, custaram 85€ cada par. Agora custam 180€. Um absurdo. Em média, corro 4 vezes por semana, cerca de 50 km. Entre 12 e 15 km por corrida. Não faço competição. Corro por prazer e pela companhia. Por esta ordem de prioridade. Não estou disponível  para gastar muito dinheiro num par de ténis para os arrumar passados 6 meses . A evolução dos ténis  tem sido uma decepção. Independente da marca, as solas gastam-se mais depressa e os preços aumentaram. De forma que ando sempre à procura de marcas novas, em conta e sem mariquices. Foi o que aconteceu com os Karrimor. Antes de os comprar, numa pe