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Vão-se embora daqui

No Dinheiro Vivo, a Inês Pereira assina um artigo de opinião (24/02) com o título “Fujam daqui”. Ao ler apenas o título assumi que o mesmo se dirigia aos filhos. O que se confirmou com a leitura inteira. Por mim “Vão-se embora daqui” ficaria melhor. É que “fujam” dá uma ideia de aflição, de desespero. O meu sentimento é mais de descredito. Distribuiria até as encomendas por mais políticos do que aqueles que a Inês menciona. Todos com responsabilidades na “tanga” que este Pais se transformou. Tanga em sentido próprio, metafórico, alargado. No triângulo de promiscuidade entre o económico, o politico e o judicial. Talvez aqui também utilizasse uma palavra diferente da de “tanga”. “Nu” parece-me mais apropriado. Nus e remediados. É o que somos todos. E desenrascados porque só assim é possível viver com estes rendimentos e estas reformas. E anómicos, porque só neste estado um povo assim permite uma justiça arbitrária e uma educação sem futuro. Os estrangeiros residentes que conheço e me conversam não entendem este meu “vão-se embora daqui”. Os políticos são assim em todo o lado, dizem-me. Talvez seja verdade. Mas os países deles não estão a saque. Os filhos não necessitam de viver na casa dos pais até depois dos 30 nem têm trabalhos precários. Passámos para ver o país maravilhoso que tens mas ficámos pelas pessoas, dizem-me. Vêm só o que lhes mostramos. Não sabem que temos vergonha de mostrar a nossa vergonha. Ficou-nos isto da ditadura. Perdemos também o orgulho de ser, mas isso foi-nos retirado depois. Esta é a história de um país que sempre o conheci como um erro. De um país maravilhoso que poderia ter existido mas que foi morto pelos políticos.

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