Umas das descobertas mais significativas
da psicologia contemporânea é que escolhemos a forma como pensamos, o que
alterou o pensamento de que éramos pré-programados à nascença ou que mudávamos o
nosso comportamento em função de recompensas ou castigos. O que equivale a dizer que
podemos escolher dois tipos de pensamento: que o mundo se uniu para nos tramar
ou podemos controlar o nosso próprio destino.
Quem fica com a melhor parte? Os
pessimistas ou os optimistas?
Seligman realizou uma experiência
em grande escala para comparar o desempenho entre pessimistas e optimistas como
vendedores de seguros. No segundo ano da experiência, os optimistas vendiam 57%
mais do que os pessimistas. Contudo verificou que os pessimistas eram muito
mais precisos a fazer o número certo de chamadas para realizar a venda. Os optimistas
geralmente não acertavam e estavam convictos que as vendas eram muito melhores do que
realmente eram. Os optimistas vendiam mais, porque
realizavam mais chamadas. Os pessimistas
desistiam mais depressa, mas tinham razão.
Quando se consideram eventos
positivos passados, os optimistas explicam-nos como sendo universais e
permanentes enquanto os pessimistas vêm-nos como sendo específicos e
temporários. Ao contrário, quando os eventos passados são negativos, os
optimistas vêm-nos como específicos e temporários e os pessimistas como
universais e permanentes. Isso fez com que durante algum tempo se acreditasse
que os optimistas aceitavam a responsabilidade no caso de eventos positivos e
colocavam a responsabilidade em factores externos no caso de eventos negativos
(inversamente para os pessimistas).
Hoje sabe-se que existem dois
tipos de optimismo. O atencioso quando há uma distribuição de responsabilidade
segundo o ponto de vista e depois de analisar a situação, e o puro quando
coloca a responsabilidade toda do seu lado (evento positivo) ou no noutro
(evento negativo).
Todos deveríamos ser optimistas atenciosos.
Mas existem também situações em que
é melhor ter uma visão pessimista. Nomeadamente, quando se tomam decisões
importantes; quando as implicações de estar errado são graves ou quando se
conforta alguém que está muito infeliz.
Quem fica com a melhor parte? Os
pessimistas ou os optimistas?
Nem tanto ao mar, nem tanto à
terra. A nossa educação tem uma forte influência.
A ideia principal é termos a
capacidade e discernimento para discutirmos connosco e fazermos as perguntas
correctas sem receio de obtermos de nós próprios respostas politicamente
incorrectas.
Como dizia Vasco Pinto de
Magalhães, é sempre melhor optimizar do que ser optimista.
Comentários