Ontem fui à última tertúlia literária desta livraria que encerrou as suas portas definitivamente. Morreu mais um pedaço de cultura em Portugal. Obrigado mais uma vez á Isabel Castanheira que, desta vez nos permitiu estar à conversa com o António Barreto. Não pude de deixar de ficar emocionado e encantado. Aqui fica o poema do Pedro Mexia, por ela declamado: Pó Nas estantes os livros ficam (até se dispersarem ou desfazerem) enquanto tudo passa. O pó acumula-se e depois de limpo torna a acumular-se no cimo das lombadas. Quando a cidade está suja (obras, carros, poeiras) o pó é mais negro e por vezes espesso. Os livros ficam, valem mais que tudo, mas apesar do amor (amor das coisas mudas que sussurram) e do cuidado doméstico fica sempre, em baixo, do lado oposto à lombada, uma pequena marca negra do pó nas páginas. A marca faz parte dos livros. Estão marcados. Nós também. Pedro Mexia, in "Duplo Império
A expressão é de Manuel Castells no seu livro a Sociedade em Rede. Este espaço é a organização compartilhada dos meus pensamentos e práticas sociais que funcionam por meio de fluxos