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O pensamento na escrita



Nunca fui bom a escrever. Fui sempre muito mais feliz a conversar.

Sempre que tinha de escrever algo nunca gostei que estivessem a ver. Ainda hoje é assim. Não sei porquê. É como, se de qualquer assunto vulgar, de um diário se trata-se.

A escrita deve ser assim? (penso)

Muitas vezes apetecia-me deixar escrito aquilo que penso. Mas não consigo ou não escorreito porque se torna-se difícil encontrar-me com as palavras.

Deveria ter inveja daqueles que escrevem, escrevem. Para quem as palavras não se esgotam e difíceis se tornam, por vezes, que não se entendem. Mas não tenho.

Mas falo e penso sobre esses assuntos. Os meus e os deles. Não é preciso escrever para passarmos a nossa opinião. 

Ontem estava a ver o concerto de homenagem ao Freddie Mercury e reparei que o Brian May tinha um pequeno fio de ouro (penso que era ouro) ao peito com uma cruz.

Lembrei-me do pequeno fio de ouro que a minha mãe me deu, quando criança. Também tinha uma cruz. Mais pequena e modesta. Mas as cruzes são sempre cruzes.

Não lhe escrevi mas conversei com ela uma pequena fracção de tempo. Fiquei feliz.

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