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A mostrar mensagens de março, 2018

Manifestações de igualdade de género

Há uma frase de Nietzsche que gosto particularmente – “a criança que somos não envelhece nem nunca morre no nosso inconsciente”. Confesso que tenho uma dose qb de machismo dentro de mim. Afinal nasci em 62 bolas!! Há-de envelhecer e morrer comigo. Conscientemente, acredito (e esforço-me por agir) que a igualdade de género é um comportamento que a todos enriquece (Maio de 68 em mim?). Como a religião. Ainda que a existência d’Ele pré-exista, acredito (e esforço-me por agir) que  se pode viver na felicidade sem a sua ubiquidade (obrigado Dawkins). É por isso que movimentos como “Me Too” ou as tshirts que os modelos do Nuno Gama passaram na Moda Lisboa parecem-me cair na patetice, não passando de manifestações dionisíacas (sem o verdadeiro sentido de criação de algo novo). – “existiriam se não houvesse redes sociais?”. Já às dúvidas de linguística (sintaxe) lembro-me sempre do artigo do RAP “Quem fala assim não é  gago”.

A morte da amizade a morte

Será muito difícil estabelecer uma relação de afecto e muito menos de lealdade. Ainda assim gostava que a morte fosse minha amiga. Seria uma relação de não reciprocidade, tenho a certeza. Eu teria algo para lhe oferecer mas ela estaria vazia em mim – “talvez por isso, nunca possa ser uma relação de amizade”. Mas gostava. Para que antes de entrar, batesse à porta, e pedisse licença. Dizem que quando a morte bate à porta o som é diferente de qualquer daqueles que a vida nos dá  a conhecer. É seco, profundo como se caíssemos no vazio. - Como estás hoje? Mostra-te lá. Não, hoje não entras! – aos amigos podemos-lhes dizer o que pensamos, à morte não porque não lhe conhecemos a cara. Mas gostava. Nem que fosse só para ela vir ter comigo e perguntar se podia ir bater à porta daqueles por quem a nossa memória nunca se esquece.

Separação

O filho veio almoçar com ele. Reformulou. " O meu filho veio buscar uns livros que mandou vir para a minha morada e, de caminho, almoçou comigo ". Como habitual, poucas palavras para conversarem no tempo que estão juntos.  " As nossas vidas estão ligadas pela consanguinidade, apenas, assim parece " - disse para consigo. “Sabes, vou a Barcelona no dia 6” – disse o herdeiro, sem mencionar que iria passar lá o dia dos seus anos e os da irmã.  " Mais um indício da distância que a ausência de palavras denuncia " - pensou ele novamente. " Outra concertação familiar “ - continuou - " Esta sensação de que a família deles se circunscreve ao lado maternal, reforça-se ". Lembrou-se da frase de Nietzsche – “…a criança que fomos não envelhece nem nunca morre no nosso inconsciente”. O tempo nem tudo cura. Principalmente aquilo que a educação confirma.