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Mensagens

A mostrar mensagens de maio, 2012

Ambicionando

Hoje, à conversa com um amigo e a propósito da evolução profissional, confessava-se-me que é uma pessoa pouco ambiciosa. Recordei-me vagamente da altura em que um meu superior hierárquico, jogando cinicamente, me disse que eu era uma pessoa com pouca ambição. Concluímos, no seguimento da conversa, que era também uma pessoa satisfeita com a vida e que grande parte dos dias fazia exactamente aquilo que lhe dava bem-estar. Sentia-se feliz. Devo dizer que considero este meu amigo uma pessoa excepcional na sua relação com os outros e na forma como aproveita a vida. Recordo aqui a tese de Seligman (criador da psicologia positiva), defendida no seu último livro, que os «satisfeitores» eram pessoas com mais bem-estar do que os «maximizadores», o que deveria levar a medicina a encorajar os pacientes a optar mais pela satisfação do que pela maximização. Defende também o autor que o bem-estar é, na realidade uma teoria de escolha não constrangida, composta por 5 elementos: a emoção

Todo o cuidado é pouca indignação

João Quadros, numa das suas últimas publicações , dizia: "Poder é o cuidado que os outros têm com o que dizem à tua frente em relação ao pouco cuidado que tens no que dizes em frente aos outros." Bem, isso depende da relação de equilíbrio entre as forças. É claro que Passos Coelho pouco cuidado precisou de ter para mandar os jovens emigrar ou dizer que estar desempregado é uma óptima oportunidade para mudar de vida. O poder é por vezes muito subtil ou imperceptível, por isso não questionado. Ora a visão do poder como elemento político é um meio, tanto de o alcançar como de a ele escapar. Utilizando uma imagem foucaultiana, o poder é assim concebido não como um estado mental mas sim como um conjunto de práticas sociais e discursivas, construídos no tempo, que disciplinam a mente e o corpo dos indivíduos e grupos. Há pois aqui um encontro entre esta imagem e a definição do João Quadros que assenta no cuidado discursivo e/ou falta dele, embora a habilidad

Ignite de ideias

Ontem fui ao Ignite Leiria . Foi ténue a separação entre a autenticidade de quem quer transmitir uma mensagem simples e aqueles que, complexificando, a aproveitam em seu favor. Foi por isso que, pessoalmente, gostei da apresentação da Cátia Biscaia . Simples e com paixão. Nada de frases nos slides a servir de rede. Apenas as suas fotos e um monólogo apaixonado de improviso (aparentemente). A noite produziu 17 oradores em três sessões: “nós e o que nos inspira”; nós e a sociedade” e “nós e o que nos faz feliz”, magnificamente mediada pelo Miguel Duarte e pelo entertainer Rodrigo Viterbo. Noite bem passada e algumas boas ideias, mas aquém das minhas expectativas. Não saí inspirado. Ainda assim a repetir.