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Mensagens

A mostrar mensagens de 2013

Há dias assim....

Hoje tive um dia difícil. Reformulando, hoje fizeram-me um dia difícil. Reformulando outra vez, hoje não consegui fazer o meu dia. “ Podemos agora distinguir nas nossas sociedades, para além das culturas da ciência e das humanidades, uma cultura de ciência social (reforçada com a invenção do pós-modernismo) e culturas bem definidas na política, nos negócios, nos media, nas forças armadas, na religião, na educação, bem como diversas culturas de risco, de violência e autonomia individual. Evoluímos para uma salada de frutas de culturas. Mas, o que é pior, nesta nova Babel, um individuo pode mudar de racionalidade (na politica), para os domínios da obscuridade em apenas um clique, permitindo o ressurgimento da ignorância, além de que o misticismo parece ser um negócio como outro qualquer ” – João Caraça, A separação de Culturas, in Rescaldo e Mudanças – As Culturas da Crise Económica. Estamos a cruzar o maior falhanço da história em termos de liderança, e o pior é que n

As ideias podem-nos conduzir à idiotice

As heurísticas são métodos de estudo que têm por objectivo saber como são encontradas soluções na resolução de problemas. Que recursos as pessoas utilizam quando tomam decisões. As heuristicas baseadas na experiência e no planeamento, vieram substituir os anteriores modelos que se baseavam na procura algorítmica, aproximando-se mais da forma como o ser humano raciocina e tornando-se numa alternativa mais rápida e intuitiva. Consideram-se serem mais simplificadoras na medida em que procuram substituir questões difíceis por outras mais fáceis.  Etimologicamente a palavra heurística significa descobrir.  Plous (1993) define as heurísticas como regras gerais de influência utilizadas pelos sujeitos nos processos de decisão em ambientes de incerteza e risco. Têm como vantagens de utilização, a redução do tempo e recursos utilizados para que sejam feitos julgamentos razoavelmente bons. As heurísticas reduzem a complexidade das tarefas a simples operações de julgamento racio

Proactividade não é a mesma coisa que Iniciativa

Sinceramente, acredito que todos nós somos proactivos e inclusivos (no sentido que gostamos de trabalhar em equipa). Comecei a minha actividade profissional na banca em 1986. Nessa altura não se falava em proactividade, mas em fidelização. Lembro-me perfeitamente do dia em que me apresentei no balcão do BPA em Alhandra. Eramos 14 ao todo, 13 homens e 1 mulher.   - “Faz sempre falta uma mulher numa equipa de homens. Obriga moderação no palavreado” dizia-me a Drª Ana Marques, responsável pela DRH que me acolheu em Lisboa, e enquanto me transportava a Alhandra para fazer pessoalmente a minha apresentação à equipa. Não sei precisar quanto tempo demorei a atender o primeiro cliente. Comecei nas tarefas de processamento, passei para o sector da emigração, estrangeiro, caixa e finalmente em gestor comercial. Fui ganhando experiência e consolidando conhecimento. Nunca me senti de fora da Equipa, arranjei Amigos para toda a vida, formei competências e princípios que me orie

Como a falácia do custo irrecuperável se liga à ilusão de controlo

A reunião era como recuperar os cancelamentos dos meses anteriores.   - Temos que tirar as listagens das saídas e verificar um a um, dizia o António.   - Já tirei, comentava o chefe de equipa, temos cerca de 60. Isto vai-nos dar um trabalhão. Nem que tenhamos de não fazer mais nada amanhã, temos de picar um a um. Depois do trabalho que tivemos a convencer os clientes a aderir, não podemos deixar cair as vendas. Toda a equipa concordava com ele. O Luís apesar de ter ideia diferente consentiu, não queria ser o desmancha-prazeres.  Sentiam que tinham investido muito no passado naquelas subscrições e estavam avessos a perdê-los, ainda que neste mês cada subscrição valesse apenas 0,44 pontos de produção contra os 3 pontos dos meses anteriores. O cenário descrito, envolve alguns dos erros de raciocínio mais comuns, entre eles o denominado “ falácia do custo irrecuperável ”.  O nosso cérebro classifica qualquer informação relacionada com perdas duas vezes mais for

O burro e a cenoura ou dar milho às galinhas?

O Luis tinha a perfeita consciência que, profissionalmente, estava desajustado da linha orientadora da sua chefia. Não devido à crise da economia, à falta de empenho ou à auto motivação, mas à falta de estratégia, à informação pouco clara e objectiva e, fundamentalmente à falta de respeito pela competência profissional das pessoas. Esta semana vamos vender o produto X. Focalização! E durante toda a semana estavam a falar com clientes sobre o produto X. Na semana seguinte: esta semana o produto estrela é o produto Y. Vamos embora! Força! Temos que vender estes parafusos. Quem vende mais? Ultimamente o Luís lembrava-se frequentemente da sua infância quando o pai o mandava dar milho às galinhas.  Com o balde do milho, situava-se ao centro do galinheiro, enchia a mão direita e atirava o milho para o lado esquerdo. Lá iam elas a correr direito à comida. Quem chega primeiro? Quem é? - gritava o Luís. Ainda não tinham debicado todo o milho e já o puto Luís atirava o