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Mensagens

A mostrar mensagens de dezembro, 2011

Identificamo-nos com o trabalho?

Quantos de nós gosta do que profissionalmente faz?   Ou melhor, o que fazemos no trabalho concorre para o sentido do eu auto-biográfico? As razões porque existem pessoas, profissionalmente, mais motivadas do que outras é complexo mas o que verdadeiramente nos motiva é o facto de nos identificarmos com aquilo que fazemos. A um nível intuitivo, grande parte das pessoas compreende a inter-relação entre a sua identidade e o trabalho. Por alguma razão, quando crianças, ambicionávamos ter esta ou aquela profissão. O emprego, para além de ser uma formidável forma de ganhar dinheiro para pagar as contas, tem que fazer sentido anuindo significado às nossas vidas, e se estiver ligado à nossa auto-imagem pode muito bem ser um forte impulsionador da motivação levando-nos a um esforço muito maior. Era bom que assim fosse sempre para bem do nosso saudável estar social e mental. Mas então porque razão no actual modelo económico existe uma cada vez maior sensação de fadiga e desmotivação

Vamos?

Martins da Cruz, antigo ministro do PS, disse hoje que os jovens deveriam emigrar. A primeira pedra atirada aos portugueses sobre o assunto veio de Miguel Mestre, seguido de Passos Coelho e agora Martins da Cruz. O assunto tem merecido as maiores indignações da esquerda e dos sindicatos que vêm nisto uma oportunidade de marcar pontos políticos. Quem me conhece sabe que não ligo bem com este PM. Assusta-me a sua ideologia, marcadamente neoliberal, a verdade profética discursiva que vai mudando e a sua convicção que os portugueses precisam é de ser comandados pela força. Mas há uma característica que o tem diferenciado dos restantes políticos. É a capacidade para dizer algumas verdades ainda que cruas e duras. O assunto da emigração é um deles e é ofensivo o aproveitamento político de quem já esqueceu só porque mudou de campo. Quem tem filhos em idade universitária sabe perfeitamente que esse é o caminho. Já o era, só que ninguém nos tinha dito na cara. Lembram-se de Mi

O mesmo Cavaco em cinco pacotes

O nosso Presidente disse a um jornal holandês que estava preocupado com a coesão social. Eu também estou. Muitos portugueses estão. O problema é quando a hipocrisia de estado ultrapassa a indignação da sociedade. Enquanto os portugueses vão demonstrando organizadamente (por enquanto) esse descontentamento o Presidente fala, num discurso não assumido e, aparentemente, ética e materialmente impoluto. Como diz Daniel Oliveira , este Cavaco, sem chama, é o símbolo mais evidente de tantos anos perdidos.

A realidade não é o que parece

As ideias que temos hoje das nossas lideranças é que são pessoas que gerem bem toda a informação, que se movem bem socialmente, boas redes informais, que orientam as suas acções pelas leituras de superabundância de informação e de estudo de casos que se adaptam aos seus objectivos pessoais. Aparentam ter ideias inatas mas que são tiradas de livros de gestão com títulos inteligentes. Desenvolvem grandes competências narcisistas e têm a mão de deus por baixo. Cheiram a poder autoritário e, só em casos identificados, são legitimados e reconhecidos por quem deles dependem. Sofrem de uma doença que se tornou estandarte nacional: reunite. Onde se auto promovem como a luz ao fundo do túnel, em monólogos improdutivos na explanação de ideias aparentemente inatas. Os benefícios raramente vão além dos que são publicitados e raramente promovem a sustentabilidade no longo prazo. O que eles ignoram é que existe uma prática muito simples de liderança. Sair do escritório para observa

Ideias sobre negociação

Todos os dias negociamos e fazemos escolhas. Porque necessitamos de ajuda, porque temos filhos, porque competimos socialmente, porque trabalhamos em equipa, etc. A necessidade de tomar decisões pode surgir a qualquer momento e em qualquer lugar. Estamos em permanente negociação. Ainda que haja pessoas que estão mais preparadas do que outras, todas sentem que chegar bem ao fim de uma negociação é vital para o seu bem-estar, tranquilidade, sanidade e produtividade. A negociação pode ocorrer a diversos planos e tem a ver com a dimensão do problema, do espaço e do contexto o que pode exigir mais preparação, experiência e competências. Ainda assim, saber como negociar é muito importante para uma tomada de decisão que conduza à paz de espírito. Apesar de as negociações serem diferentes nos diferentes contextos, desde que exista um bom plano de “jogo”, se esteja treinado, informado e preparado, em qualquer circunstância se negociará. E não se esqueçam que tudo o que existe nes

Erros na Avaliação de Desempenho

Estamos em final de ano o que significa que mais uma vez vamos ser avaliados no nosso desempenho anual. Aos avaliadores nunca é demais relembrar os erros (mais) comuns na Avaliação de Desempenho, situando as devidas adaptações de cada método em causa, de forma a tomar consciência que as distorções, mesmo que involuntárias, podem provocar a diminuição da objectividade e efeitos pretendidos com o processo. Aqui vão os erros mais comuns: Efeito de Halo/Horn – Tendência para alargar a todo o desempenho aspectos positivos ou negativos desse desempenho. O avaliador generaliza a todo o desempenho uma opinião favorável (Halo) ou desfavorável (Horn) de uma característica isolada ou comportamento especifico. Tendência Central – Tendência para atribuir nota média, evitando classificações baixas com receio de prejudicar ou elevadas com receio de se comprometer para o ano seguinte. Efeito de Recenticidade – Tendência para dar relevância a situações recentes que marcaram o desempe

Em quem confiamos?

Como se sabe, Portugal é um dos países do mundo onde existe maior desigualdade social e de rendimentos. Esta realidade tem vindo a criar problemas estruturais graves e tem sido a principal razão da nossa localização entre os países de  risco, não só ao nível da saúde e bem-estar, como de outros indicadores críticos para a recuperação, entre eles a produtividade. Não existem dúvidas que estas duas dimensões, desigualdade e produtividade, encontram-se correlacionadas, embora não num nexo de causalidade, pelo menos num plano de relacionamento e determinação. Um dos indicadores que condiciona esta relação é o nível de confiança social. Foram efectuados diversos estudos a nível europeu e mundial que permitiram efectuar comparações de valores entre os países estudados. Em amostras aleatórias de população era pedido que respondessem à pergunta: “A maior parte das pessoas são de confiança?”. Como se pode verificar no gráfico, Portugal é o país onde existe um menor nível de confiança. Só cerc